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A libanesa Zeina Abirached, nascida em Beirute, em 1981, viveu os primeiros dez anos da sua vida numa cidade debaixo de fogo, destruída por uma sangrenta guerra civil que provocou mais de centena e meia de milhar de mortos, mas no seu livro, A Dança das Andorinhas, sobressai uma obra fascinante, de grande ternura e humanismo, que, centrada numa noite de bombardeamentos no auge da guerra, em 1984, retrata com grande sensibilidade e humor a dicotomia entre a realidade exterior hostil de uma cidade destruída pela guerra, e a intimidade protectora do espaço familiar. Mesmo que esse espaço esteja confinado ao átrio de um apartamento fustigado pelas bombas.
“Em Outubro de 2006, no site na Internet do Instituto Nacional do Audiovisual encontrei uma reportagem gravada em Beirute em 1984. Os jornalistas entrevistavam os habitantes de uma rua situada na proximidade da linha de demarcação, que cortava a cidade em dois. Uma mulher, bloqueada pelos bombardeamentos na entrada do seu apartamento, disse uma frase que me perturbou: “Sabem, acho que, mesmo assim, se calhar estamos mais ou menos em segurança, aqui”. Essa mulher era a minha avó”. – Zeina Abirached