- Chronique sociale
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Eles passam pela rua sem fazer barulho, deslizando como fantasmas, cobertos com um véu negro da cabeça aos pés. Sabiha, Hamedda, Aïcha, Nabiha, Ghada, Hafitha… tantos nomes, desejos ocultos, vidas danificadas por trás de niqabs. De todas essas mulheres, percebemos apenas os seus olhares que expressam medos, incertezas, esperanças, vontades. Vendida em casamento no final da infância, Sabiha sonha com a liberdade e em sentir o vento acariciando o seu rosto. Um dia, ousa tirar o véu e debruçar-se na janela, correndo o risco de ser vista por um estranho... mas é o marido quem a surpreende. Ele repreende-a, batendo-lhe: “Nunca mais ouse trazer a desonra a esta casa”. Prisioneira das algemas da tradição, ela então tenta, num último esforço, fugir desse lar opressivo, à custa de sua vida. Hamedda, casou-se com um homem que a deixa livre. Enfrentando as intrigas que minam a sua reputação, abre uma cantina para atender às necessidades da sua família. Apesar dos tabus sociais, trabalha para soldados durante a guerra civil, fornecendo-lhes uma refeição quente e um teto. O negócio prospera e, no final da guerra, os soldados são substituídos pelos primeiros turistas. Recusando-se a usar o niqab, Hamedda oferece o retrato de uma mulher independente e determinada. Aisha tem 13 anos. Ela começa a sentir a pressão insistente da sua família, e em particular do seu irmão mais velho, para usar o niqab e assim proteger-se do olhar dos homens na rua. Entre as cunhadas tradicionalistas, a mãe que minimiza o simbolismo do uso do véu e as amigas progressistas, Aïcha hesita… Retratos de mulheres comoventes que mostram a coragem de lutar diariamente contra as tradições e conquistar a sua emancipação. Tantos testemunhos que desenham um novo rosto do Iêmen, o das mulheres que não têm mais medo de lutar por sua liberdade. Uma revolução, cada vez menos silenciosa.